Isso é ser flor, e Anjo juntamente
Ser Angélica flor, e Anjo florente
Em quem, se não em vós se uniformara?
Quem veria uma flor, que a não cortara
De verde pé, de rama florescente?
E quem um Anjo vira tão luzente
Que por seu Deus, o não idolatrara?
Se como Anjo sois dos meus altares
Fôreis o meu custódio, e minha guarda
Livrara eu de diabólicos azares
Mas vejo, que tão bela, e tão galharda
Posto que os Anjos nunca dão pesares
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda
ANÁLISE:
Vemos que neste poema, há as contradições: "céu x terra", ao se refirir a mulher chamada Angélica e ao Anjo. Percebemos que o eu-lírico está sendo persuadido quanto à beleza da mulher Angélica, quanto a isto há no último verso, a "verdade" que ele vê, que na verdade esta beleza está o ipnotisando e o levando a um "mal caminho".
UM POUCO DE GREGÓRIO DE MATOS:
Dito como "Boca do Inferno", viveu no século XVII e é considerado um dos melhores ou o melhor poeta do barroco brasileiro.
Por: Andressa Martins
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